domingo, 21 de março de 2010

O CERN e a bola de ping-pong


Entre 18 e 21 de Fevereiro de 2010 tivemos o prazer de acompanhar o 11º C3 na sua visita de estudo ao CERN e a Genebra.
Foram 4 dias cheios e cansativos, felizmente com menos frio e chuva do que se esperava, e certamente 4 dias a não esquecer.
De entre as muitas coisas que poderíamos contar, escolhemos uma curiosa situação contada por quem nos guiou a visita no edifício SM18. Neste edifício testam-se os módulos que são colocados uns a seguir aos outros de modo a perfazer a circunferência de 27 km do LHC. Cada um destes módulos é um cilindro pintado de azul com aproximadamente 1 m de diâmetro e vários metros de comprimento (cerca de meia carruagem de comboio) e que custa tanto como um Rolls Royce. É dentro destes cilindros que se criam as condições para a progressão dos feixes de partículas – um ambiente mais frio e vazio que o espaço interestelar. Ao serem arrefecidos, estes cilindros contraem-se (é o vulgar fenómeno da dilatação) de onde resulta uma diminuição de 80 m nos 27 km de circunferência. Por esta razão, a união entre os tubos por onde circulam os feixes de partículas é assegurada por lâminas metálicas que envolvem e apertam a extremidade de um dos tubos mas permitem que este deslize no sentido do comprimento (ver fotos).
Aconteceu que, após se ter completado o LHC e realizado todo o processo de arrefecimento, o feixe de partículas injectado num dos tubos não progredia como esperado. As partículas colidiam com um objecto no seu caminho: era uma das referidas lâminas que se tinha torcido para o interior do tubo. O defeito era simples de reparar mas em qual das uniões entre os tubos ao longo de todo o comprimento do tubo se encontrava o problema? É aqui que surge a bola de ping-pong! Alguém teve a ideia de colocar um pequeno emissor rádio dentro de uma bola de ping-pong e depois fazê-la percorrer o interior do tubo (impelida por ar comprimido) até ela se deter na lâmina que obstruía o caminho.
Achámos a situação divertida mas também ilustrativa de como a Física progride – com equipamentos por vezes muito dispendiosos e complexos mas sobretudo com boas ideias!
(Relatamos a situação de como nos recordamos de a ter ouvido, esperamos não ter cometido incorrecções).
Professores Ana Almeida e Carlos Almeida

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